
A série começa com a misteriosa morte do pai de Norman Bates (interpretado de modo correto por Freddie Highmore) para logo em seguida ele e sua mãe se mudarem para uma cidade pequena e comprarem um antigo hotel à beira da estrada. A partir daí, toda a ideia de que a série vai centrar o foco na relação um tanto incestuosa e de dependência entre Norman e sua mãe é deixada de lado para mostrar mortes, assassinatos, conspirações e um monte de subtramas que nunca empolgam.
“Bates Motel” já começa errado ao repetir o velho clichê de que toda cidade pequena é cheia de gente que esconde esqueletos no armário (coisa que David Lynch ou mesmo Jane Campion já fizerem com mais propriedade na clássica “Twin Peaks” e na recente “Top of the Lake”). Sem suspense ou terror, o seriado fica no meio termo entre o drama convencional e uma comédia involuntária. O elenco coadjuvante e a ambientação contemporânea (apesar de ser um prequel de “Psicose”, Bates tem iPhone e as preocupações de um adolescente dos dias de hoje) pouco acrescentam, e a série é salva pela interpretação tragicômica da ótima Vera Farmiga como a superprotetora Norma.