Chega a ser constrangedor ver uma atriz do nível de Julianne Moore desperdiçando seu talento em algo tão medíocre quanto O Preço da Traição. A única razão que nos leva a crer que ela aceitou fazer o filme foi o simples fato de ter sido dirigida pelo cineasta egípcio, radicado no Canadá, Atom Egoyan, que já foi inclusive indicado ao Oscar (“O Doce Amanhã”). Mas a julgar pelo resultado da empreitada, a atriz fez uma péssima escolha.
Para tentar minimizar o estrago, o diretor ambienta o filme em cenários luxuosos, sempre apontando a câmera em angulações classudas para seus personagens. A mise-en-scène bem composta só reforça a fraqueza da trama. O resultado final soa tão falso quanto os efeitos sonoros que acompanham os saltos-alto de Moore que pontuam todo o filme.
Mas as opções estéticas e o roteiro chauvinista nem chegam a ser o maior problema aqui. Se a produção se assumisse como um pastiche, até que o longa poderia passar incólume. Mas o pecado capital de “O Preço da Traição” é se levar a sério demais. Isso o joga direto no fundo do poço dos filmes medíocres. Da trilha musical pretensiosa, passando pela encenação sofisticada, tudo leva a produção para o buraco, e nem um thriller sensual, sexual ou coisa que o valha o longa consegue ser.
As vezes a J.M se joga mesmo.
Ja a Amanda Seyfried, ta certissima em sair dos Seriados.