O ano era 1993. Steven Spielberg, antes de ganhar seu primeiro Oscar de direção por “A Lista de Schindler”, mudava, mais uma vez, o cinema blockbuster com “Jurassic Park: Parque dos Dinossauros”. O filme deu continuidade aos avanços propagados por “O Segredo do Abismo” e “O Exterminador do Futuro 2”, ambos de James Cameron, e abriu um novo caminho para o cinema explorar (à exaustão) o uso dos efeitos digitais.
Em uma época em que o uso do CGI era exceção e não regra, “O Parque dos Dinossauros” virou o grande filme do ano, aquele que todos precisam ver no cinema. Com efeitos especiais de primeira, o longa usou o então inovador recurso de efeitos digitais para recriar dinossauros e entrar no imaginário cinematográfico do grande público. Lá atrás, em 1993, nenhuma experiência cinematográfica era tão mágica quanto ver os dinossauros de Spielberg na tela grande.
Sucesso garantido, a produção ganhou mais duas continuações que se perderam entre tantos e tantos filmes que passaram a usar os efeitos digitais como moeda de troca para atrair cada vez mais público para espetáculos grandiosos, mas pouco marcantes.
Quase quinze anos depois do último episódio, a franquia ganha mais um capítulo sob o comando do desconhecido Colin Trevorrw (do independente “Sem Garantia Nenhuma” – corre que tem no Netflix). Com Chris Pratt, Bryce Dallas Howard, Vincent D’Onofrio, Judy Greer e Jake Johnson, “Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros” pretende dar vida nova à série, aumentando a dimensão de espetáculo e colocando novamente os dinossauros no mapa de lançamentos do cinema.
Jurassic Park: O Parque dos Dinossauros (1993) – Alguns filmes são frutos de uma época e simplesmente envelhecem com o passar do tempo. Esse é o caso de “O Parque dos Dinossauros”. Os efeitos ainda funcionam até hoje, mas o filme demora a engrenar e o roteiro cheio de sentimentalismo emperra um pouco a ação e a narrativa (as crianças são simplesmente chatas e dispensáveis). Mas o filme tem ótimas cenas bem tensas e empolgantes e é fácil ver o longa hoje e imaginar seu impacto lá em 1993, uma época em que os blockbusters eram bem menos exagerados e grandiosos do que os do cinema atual.
O Mundo Perdido: Jurassic Park (1997) – Steven Spielberg não estava muito inspirado quando dirigiu a sequência do sucesso de 1993. O diretor repete sem a menor vergonha a premissa “homem não deve mexer com a natureza” e entrega um filme que tem como única novidade aumentar a dimensão do primeiro. Há mais personagens (a participação da criança é forçada e inútil), mais dinossauros, mais mortes, mais cenas de ação e efeitos especiais. Mas, por alguma razão, a coisa toda funciona e existe pelo menos uma grande cena: a do penhasco. A estrutura narrativa do longa é uma homenagem (ou cópia) descarada a “King Kong”.
Jurassic Park III (2001) – Steven Spielberg deixa a direção de lado e apenas produz o filme mais fraco da série. Dirigido sem grande empolgação por Joe Johnston (“O Lobisomem” e “Capitão America: O Primeiro Vingador”), a produção é ligeira e remete a uma montanha russa, cena de ação atrás de cena de ação. O roteiro, mais uma vez, é mera desculpa para colocar os personagens em situações de perigo e suspense. O longa peca ao não acrescentar nada de novo à mitologia da série, encher a tela com personagens chatíssimos, apresentar resoluções preguiçosas e efeitos especiais corretos, mas longe de serem surpreendentes.