Matthias Schoenaerts é belga, alto (1,87m), gato e bom ator. Muito provavelmente, você já viu algum filme com ele sem se dar conta, se isso for possível. “Black Book”, “Rust and Bone”, “Bullhead” e os ainda inéditos “The Danish Girl” e “A Bigger Splash” são alguns dos filmes no currículo do rapaz.
De uns tempos para cá, Schoenaerts se tornou o ator preferido dos diretores de elenco para interpretar o interesse romântico em dramas de época centrados em personagens femininos: Michelle Williams, Carey Mulligan e Kate Winslet tiverem a sorte de ter o rapaz em seus braços em produções recentes.
Suíte Française – Se tivesse sido lançados nos anos 1990, esse melodrama de época que se passa durante a 2a Guerra Mundial teria chamado a atenção pelo pedigree do material original, da produção e do elenco. Nos tempos do streaming, o filme foi praticamente ignorado pela distribuidora, o que é uma pena (até hoje não estreou comercialmente nos EUA e depois de meses de atraso está programado para ser lançado no Brasil em novembro).
Mesmo não acrescentando nada à tradição de romances de guerra, o filme é bem produzido e traz um elenco competente. Michelle Williams está muito bem como uma mulher que espera, no interior da França, pelo retorno do marido do front da 2ª. Guerra e acaba se envolvendo com um oficial alemão (Matthias Schoenaerts exalando carisma). O longa ainda conta com boas participações de Kristin Scott Thomas, Margot Robbie e Sam Riley.
O maior porém do filme é mesmo a direção pouco inspirada de Saul Dibb. O cineasta dirige o filme sem muita força e vários momentos que mereciam maior destaque ou dramaticidade se perdem em meio a uma encenação por vezes apática. Ainda assim vale pelo elenco.
Longe Deste Insensato Mundo – O filme protagonizado por Carey Mulligan também é baseado em uma obra literária, esta já levada outras vezes às telas de cinema. A diferença entre este e “Suíte Française” é que, aqui, o diretor se empenha em construir mais do que um filme visualmente belo. Thomas Vinterberg, mais conhecido por suas obras da época do Dogma 95 (“Festa de Casamento”), filma com esmero e foge da narrativa demasiadamente melodramática, ainda que a história tenha um pé no #dramão.
Carey Mulligan é uma mulher à frente do seu tempo que desperta a atenção de três homens na Inglaterra do século XIX. Entre eles, o íntegro e dedicado Matthias Schoenaerts, o rico e maduro Michael Sheen e o belo e jovem soldado Tom Sturridge. Entre um pedido de casamento aqui e outro ali, Mulligan precisa provar ainda sua competência na administração de uma fazenda herdada pelo tio.
Ainda que a encenação não tome o primeiro plano, “Longe Deste Insensato Coração” é lindamente fotografado e cumpre seu papel enquanto produção de época. E o carisma e talento do elenco, com destaque para Mulligan, compensam a trama com cara de novela das 18h.
Um Pouco de Caos – Apesar de apresentar um interesse romântico entre as personagens de Kate Winslet e a de Matthias Schoenaerts, esse longa dirigido pelo ator Rick Altman é menos um romance e mais uma obra esquizofrênica e sem foco. No centro da trama, a construção dos jardins do Palácio de Versailles, na França.
Winslet interpreta uma paisagista contratada para criar uma parte importante dos jardins da realeza francesa. Entre uma intriga palaciana pouco interessante aqui e cenas aleatórias do passado trágico da personagem de Winslet ali, Rickman se perde entre as mudanças de tom do longa-metragem e a falta de uma história mais envolvente.
Sem romance, suspense ou mesmo conflitos, o filme tenta despertar a atenção do espectador usando algumas belas imagens, os figurinos e a direção de arte e uma trilha sonora que marca o ritmo da produção. Nem mesmo Winslet, geralmente uma atriz que consegue despertar interesse mesmo em filme menores, se destaca.