O Presente

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À primeira vista, O Presente parece aqueles thrillers bem genéricos que eram lançados em fila indiana no começo dos anos 1990, tipo um “Dormindo com o Inimigo” ou um “O Engano”, por exemplo. Mas a estreia do ator Joel Edgerton na direção vai um pouco além da fórmula “começo feliz – ameaça psicopata/sociopata – resolução violenta”.

Na verdade, o filme começa sem muita inovação, apresentando um casal que acaba de se mudar para Los Angeles para iniciar uma vida nova (alerta de clichê número 1). Logo em seguida, o marido reencontra um amigo de infância um tanto estranho e que parece desenvolver uma fixação pelo casal (alerta de clichê número 2). Os clichês param por aí.

Apesar da estrutura de suspense ser a mesma dos thrillers genéricos citados, com clima tenso e sustos de supetão, da metade para o final, Edgerton subverte um pouco à fórmula e introduz novos elementos à trama. Ao invés de apostar no maniqueísmo do bem contra o mal, o diretor explora outro caminho ao fugir dos estereótipos e desenhar personagens mais complexos e com falhas.

Além dos momentos de tensão, em que a dúvida sobre a ausência ou presença do amigo invasor é muito bem desenvolvida, o filme também é convincente graças ao carisma e talento dos atores. Jason Bateman e Joel Edgerton se saem bem ao explorar seus personagens com mais profundidade. E Rebecca Hall, uma atriz que parece estar sempre prestes a ser descoberta, cai como uma luva no papel de uma mulher fragilizada que não sabe se confia no marido ou em um desconhecido.

O final menos explosivo e mais aberto comprova que a produção termina de modo muito mais interessante do que poderia se esperar de um simples thriller com cara de Supercine.

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