Não é fácil um ator/atriz ser indicado a um Oscar. É preciso ter o papel certo, no filme certo e no momento certo. É mais difícil ainda receber uma segunda indicação ao prêmio e são vários os bons atores que estão no clube dos indicados apenas uma vez.
Estatisticamente, cerca de 30% dos indicados se contenta com uma só lembrança da Academia de Artes Cinematográficas. Essa extensa lista tem atores e atrizes de todos os tipos. Há aqueles que chamaram a atenção do Oscar por causa de filmes muito bem cotados pela Academia, caso de Kim Basinger (“Los Angeles Cidade Proibida”), Minnie Driver (“Gênio Indomável”) e Jesse Eisenberg (“A Rede Social”), por exemplo.
Outros são reconhecidos por serem uma revelação ou por uma atuação realmente excepcional, mas não são mais lembrados por serem tipos bem específicos e/ou excêntricos (os chamados “character actors”) ou atores estrangeiros, caso de William H. Macy (“Fargo”) e Gabourey Sidibe (“Preciosa”) ou Fernanda Montenegro (“Central do Brasil”) e Catalina Sandino Moreno (“Maria Cheia de Graça”).
E há ainda aqueles atores que poderiam ter recebido várias indicações, mas, na verdade, nunca caíram nas graças do prêmio: Kevin Costner (“Dança com Lobos”), Jennifer Jason Leigh (“Os Oito Odiados”), Toni Collette (“O Sexto Sentido”), Bill Murray (“Encontros & Desencontros”), Tim Robbins (Sob Meninos & Lobos”) etc.
Confira outros bons atores que já mereciam ter saído do clube de uma indicação só:
Carey Mullighan recebeu sua primeira indicação pelo papel que a revelou em “Educação”. Mas apesar de ótimas atuações em longas como “Shame”, “Drive” e “As Sufragistas”, sua segunda indicação ainda não veio.
Uma Thurman parecia destinada a ser uma das grandes estrelas de Hollywood no começo dos anos 1990. A atriz chegou ao auge recebendo uma indicação por seu trabalho em “Pulp Fiction”, mas logo depois sua carreira começou a oscilar. Ainda assim, ela merecia ter sido lembrada por seu papel em “Kill Bill” ou por sua participação pequena, mas marcante, em “Ninfomaníaca”.
Gwenyth Paltrow foi bastante elogiada em “Emma”, adaptação do romance de Jane Austen, mas só chamou a atenção do Oscar por seu papel em “Shakeaspeare Apaixonado”. Ela levou o prêmio para casa e ganhou destaque em filme como “O Talentoso Mr. Ripley”, “Os Excêntricos Tenenbaums”, “Correndo com Tesouras”, “A Prova” e “Sylvia”, mas nenhuma dessas atuações levou a atriz a ser indicada novamente.
Rachel Weisy é outra atriz que levou o Oscar logo na primeira indicação, por “O Jardineiro Fiel”. Mas a atriz parou por aí, mesmo com bons papéis em produções como “Amor Profundo”, “Negação”, “O Lagosta” e “A Luz entre os Oceanos”.
É inacreditável que Tilda Swinton só tenha uma indicação ao Oscar (na verdade, ela ganhou o prêmio) e por uma de suas atuações mais esquecível em “Michael Clayton”. “Orlando”, “Um Sonho de Amor”, “A Piscina”. “Precisamos Falar sobre Kevin” são apenas algumas das atuações que poderiam ter levado a atriz a ganhar uma segunda indicação.
Atores novos e bonitos têm certa dificuldade em serem indicados ao Oscar (é sério!). Só isso explica que Jake Gyllenhaal só tenha levado uma indicação pelo premiado “Brokeback Mountain”. Se querer que o ator fosse reconhecido por “Donnie Darko” é demais, ele teve pelo menos uma indicação roubada por sua transformação assustadora em “O Abutre”.
Ser um astro não necessariamente implica em dizer que você terá sucesso também no Oscar, que o digam Michael Douglas (“Wall Street”), Harrison Ford (“A Testemunha”), Liam Neeson (“A Lista de Schindler”) e Sean Connery (“Os Intocáveis”), todos astros do primeiro escalão e com apenas uma indicação ao prêmio.
O sucesso entre os críticos também nem sempre se converte em muitas indicações: Gary Oldman (“O Espião que Sabia Demais”) e Jeremy Irons (“O Reverso da Fortuna”) construíram uma carreia elogiada, mas só receberam uma indicação cada ao prêmio.