Nicole Kidman surgiu para o mundo no ótimo thriller australiano “Terror a Bordo”. Apesar de já ter uma carreira na Austrália, foi o filme de Philip Noyce que a revelou para o público mundial. A atriz, então com 20 e poucos anos, logo migrou para Hollywood, impressionando por sua beleza.
De lá para cá, muito mudou. De bibelô em filmes pouco expressivos que exploram bem mais sua aparência do que seu talento, Kidman se tornou uma das melhores atrizes hollywoodianas, dessas poucas que se arriscam em produções duvidosas ou mais independentes e “artísticas”.
Claro que, a partir dessa opção de carreira, Nicole Kidman se reveza entre filmes muito ruins e outros que parecem ser perfeitos para ela. Chegando aos 50 anos no topo, a atriz deixou há muito tempo a alcunha de ex-Tom Cruise e hoje tem uma carreia invejável, ainda que ela sofra (e muito) por ser mulher envelhecendo em uma indústria machista como a do cinema.
Os cinco filmes essenciais de Nicole Kidman:
Um sonho sem Limites (1995)
Nicole Kidman ganhou o Globo de Ouro de melhor atriz de comédia nesse que é o seu primeiro grande papel. Nessa comédia sarcástica dirigida por Gus Van Sant (começando aqui a flertar com o mainstream), Kidman vive uma dona de casa que quer porque quer ser famosa e acaba conseguindo o feito ao se envolver na morte do marido (Matt Dillon). O longa ainda é super atual ao abordar a obsessão pela fama – hoje ainda mais evidente graças às webcelebridades da vida. Bônus: o filme tem Casey Affleck e Joaquim Phoenix em início de carreira.
De Olhos Bem Fechados (1999)
Pouco antes de separação de Tom Cruise, o casal protagonizou esse que é o último trabalho do cultuado diretor Stanley Kubrick. A recepção do filme foi morna, mas Nicole é o grande destaque do longa, mostrando-se sensual sem o menor constrangimento na tela. Daí por diante, a atriz passaria a se envolver em uma série de projetos que a exigiriam muito mais dela, ela sempre se entregando de corpo e alma a eles (“Dogville”, “Birth” e “The Paperboy”, pra citar alguns).
Moulin Rouge: Amor em Vermelho (2001)
Amado e odiado na mesma proporção, “Moulin Rouge” fez história e deu a Nicole Kidman sua primeira indicação ao Oscar (e o segundo Globo de Ouro). O diretor Baz Luhrmann opta aqui por usar canções pop já conhecidas para criar uma obra-prima do gênero musical ao misturar com sucesso Madonna, Elton John, David Bowie, U2, Queen, The Police e mais uma penca de gente. O resultado é exagerado, cafona, exuberante e vigoroso, cheio de cores, glitter, pumas, paetês e uma Nicole Kidman deslumbrante e no limiar da caricatura em seu papel mais icônico.
Os Outros (2001)
Um filme de terror é o responsável por uma das melhores atuações da atriz, que só não foi indicada ao Oscar porque no mesmo ano ela estava em “Moulin Rouge”. Mas ela merecia. O longa de Alejandro Amenábar é um belo exercício de terror psicológico, cheio de suspense e drama na medida certa. Mas o filme é mesmo de Kidman, a alma e o coração da produção. É a interpretação da atriz que dá peso a um longa que poderia ser apenas mais um mero exemplar do gênero..
As Horas (2002)
Nicole Kidman ganhou o Oscar ao interpretar a depressiva e suicida escritora Virginia Woolf. No filme, ela divide os holofotes com Meryl Streep e Julianne Moore e tem até menos tempo de tela do que as outras companheiras. Mas o longa é muito bem dirigido por Stephen Daldry e Kidman acerta no tom da personagem, ainda que o trabalho não seja o seu melhor.
Bônus: Big Little Lies (2017)
Depois de anos fazendo filmes menores e com pouco destaque, Nicole Kidman voltou à sua melhor forma nessa minissérie de TV que se tornou um grande sucesso graças às atrizes envolvidas (Reese Whiterspoon, Laura Dern etc) e à melhor direção do canadense Jean-Marc Vallée. Na série, a atriz interpreta Celeste, uma mulher rica e bem-sucedida que sofre com um relacionamento abusivo. As cenas da personagem com a terapeuta são o melhor exemplo de que Kidman é uma grande atriz e merece muito mais respeito. Ela ainda faz um cena de sexo virtual bem ousada para uma atriz com o seu status.