Maratona Missão: Impossível

A série “Missão: Impossível” funciona quase como um registro da trajetória de Tom Cruise no cinema. Em1996, o ano do lançamento do primeiro filme, o ator era simplesmente o maior astro do Hollywood. Vinte e dois anos depois, ele é apenas mais um tentando provar que ainda tem relevância na indústria do cinema.

Essa busca por relevância é tão marcante que “Missão: Impossível – O Efeito Fallout“, sexto filme da série, é a produção que chega com menor intervalo de tempo entre as outras, apenas três anos. O motivo é óbvio: de maior estrela de Hollywood, Tom Cruise virou mais uma na multidão e, para as novas gerações, a série do espião é a marca registrada do ator e os filmes que ainda o mantém em alta.

A série também serve como registro da popularidade de alguns cineastas na indústria do cinema. Brian De Palma comandou com elegância o primeiro. John Woo era o principal nome do cinema de ação quando dirigiu o segundo. JJ Abrams e Brad Bird injetaram sangue novo nas continuações. E Christopher McQuarrie foi responsável por um dos poucos sucessos de Cruise no novo milênio (o filme de ação “Jack Reacher: O Último Tiro”).

McQuarrie, aliás, é o primeiro diretor a voltar a comandar um capítulo da série, provando que é o novo queridinho de Tom Cruise. “Missão: Impossível – O Efeito Fallout” também é a primeira continuação direta das produções, mantendo, inclusive, o vilão do episódio anterior. O filme traz novos nomes (Angela Bassett, Henry Cavill, Vanessa Kirby e Wes Bentley) e outros já familiares à franquia (Alec Baldwin, Michelle Monaghan, Rebecca Ferguson, Simon Pegg e Ving Rhames). kinopoisk.ru

Missão: Impossivel (1996) – Dirigido sem muita força por De Palma, o filme é o mais fraco da série. A história é pouco original (espião tenta provar sua inocência depois de missão mal sucedida). O longa também é o que mais envelheceu. Depois de mais de 20 anos, a trama que gira em torno de um disquete é confusa e sem graça. E mesmo as cenas de ação são poucas e nem sempre funcionam: a cena final de luta, por exemplo, é mal editada e, hoje, não tem muito impacto. Apesar disso, a produção traz a melhor cena da série: aquela em que Cruise fica pendurado por uma corda em uma sala ultra secreta. No elenco, Jon Voight, Vanessa Redgrave, Kristin Scott Thomas, Emmanuelle Béart, Jean Reno e Emilio Estevez parecem mais coadjuvantes de luxo.

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Missão: Impossível II (2000) – Passados quatro anos da estreia do primeiro filme, Tom Cruise chamou o então melhor diretor de ação de Hollywood, John Woo, para comandar a continuação. O resultado é o filme mais exagerado (e um tanto cafona) da série, graças às câmeras lentas marcas registradas do cineasta. A história, que gira em torno de um vírus, é bem melhor resolvida do que a da produção de 1996, e o filme ganha pontos ao ter um vilão melhor definido, um dos pontos fracos do primeiro. As sequências de ação são realmente muito boas, principalmente, a cena de invasão do laboratório e a perseguição de motos no final. Com um elenco reduzido e sem tantos nomes conhecidos (Thandie Newton, Ving Rhames e uma ponta de Anthony Hopkins), o maior mérito da produção foi ter atrasado as filmagens e feito o vilão Dougray Scott perdeu o papel do Wolverine no primeiro filme dos X-Men. Graças ao filme, hoje temos no mundo o Hugh Jackman. A bilheteria final do longa foi de US$ 215 milhões só nos EUA.

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Missão: Impossível III (2006) – O terceiro filme da série ganhou uma pegada mais crua, realista e emocional com a direção de JJ Abrams, criador de séries famosas de TV (“Felicity”, “Lost”) que estreia no cinema aqui. O longa tem ainda o melhor vilão da série, Philip Seymur Hoffman em uma atuação controlada e assustadora. As cenas de ação são rápidas e violentas e o filme é o mais sangrento de todos da franquia. Talvez por isso, ou pelo desgaste de Cruise, envolvido com polêmicas em torno da cientologia, a produção não foi bem nas bilheterias e arrecadou apenas US$ 134 milhões, bem menos que os anteriores. Além de Hoffman, o elenco traz participações de Ving Rhames (único outro ator, além de Cruise, presente em todos os filmes), Billy Crudup, Maggie Q, Simon Pegg, Jonathan Rhys Meyers, Laurence Fishburne e Keri Russell.

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Missão: Impossível – Protocolo Fantasma (2011) – Depois do pouco impacto comercial do terceiro filme, a ideia da continuação lançada em 2011 era passar a bola de Tom Cruise para Jeremy Renner. A proposta não funcionou muito bem, mas o filme arrecadou quase R$ 210 milhões nas bilheterias norte-americanas, a melhor performance de uma produção protagonizada por Cruise em muito tempo. A edição do longa, dirigido por Brad Bird (da animação “Os Incríveis”), é ágil e, novamente, as cenas de ação são o ponto alto da produção (o astro mais uma vez no topo de um arranha-céu, a perseguição na tempestade de areia e a luta final em um estacionamento são bem empolgantes). Mas o filme volta a repetir um dos erros do primeiro, a falta de um vilão carismático. O resto do elenco também é morno: tirando o alívio cômico de Simon Pegg e o carisma de Cruise, Renner e Paula Patton não decolam e Léa Seydoux é completamente desperdiçada.

Missão: Impossível – Nação Secreta (2015) – O maior mérito desse episódio dirigido por Christopher McQuarrie é entender que ninguém assiste a série por causa das histórias, e sim pela ambientação e cenas de ação. Com isso em mente, McQuarrie capricha no clima, espetáculo e dimensão das cenas para compensar mais uma trama confusa de vai e vem em que Cruise não sabe em quem confiar. Outro avanço da produção é dar o primeiro papel realmente relevante a uma mulher, a ótima Rebecca Ferguson, que segura muito bem as pontas como uma agente britânica que ninguém sabe se está com os heróis e vilões. No mais, o longa segue a fórmula já consagrada da série, com um filme longo demais e que ganha pontos aos mostrar um Ethan Hunt mais vulnerável e um Tom Cruise com mais cara de tiozinho. Além de Ferguson, as novidades no elenco são Alec Baldwin e Sean Harris como o vilão. A arrecadação nos Estados Unidos foi de $195 milhões, bons números, mas bem abaixo das grandes bilheterias. 

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