Meryl Streep: 70 anos em 7 filmes

O que falar sobre Meryl Streep, que completa 70 anos neste 22 de junho de 2019, que já não tenha sido dito? Talvez a atriz mais laureada e elogiada no planeta, Streep já fez de um tudo e acumula nada menos do que 21 indicações ao Oscar (com três prêmios na bagagem – por “Kramer X Kramer”, “A Escolha de Sofia” e “A Dama de Ferro”).

Conhecida por sua técnica e especializada em sotaques diferentes, Streep trabalhou com uma penca de diretores famosos (Woody Allen, Steven Spielberg, Sydney Pollack, Spike Jonze, Stephen Daldry, Robert Zemeckis e por aí vai) e atuou ao lado de ícones como Robert Redford, Dustin Hoffman, Jack Nicholson, Jeremy Irons e uma extensa lista de atores.

Apesar de ser quase uma unanimidade, Streep também sofre críticas. A principal delas é escolher produções menos pela qualidade e mais pela oportunidade dela própria brilhar. O resultado dessa escolha é a uma filmografia irregular e sem grandes obras-primas (quantos filmes realmente clássicos a atriz fez?), mas recheada de papéis icônicos.

Ainda trabalhando a todo vapor, Meryl Streep é uma das poucas atrizes que não pode reclamar da escassez de bons papéis com a chegada da idade. Até o final do ano, a atriz aparece na segunda temporada de “Big Little Lies” (foto acima) e poderá ser vista na nova versão de “Adoráveis Mulheres” e no novo filme de Steven Soderbergh (“The Laundromat”).

Eis os meus sete filmes preferidos da atriz:

 A Morte lhe Cai Bem (1992) – Apesar de ser mais conhecida por seu talento dramático, Meryl Streep não precisa provar sua versatilidade como atriz para ninguém, saindo-se muito bem em papéis cômicos. É o caso dessa bobagem divertidíssima dirigida por Robert Zemeckis. No filme, Streep interpreta uma atriz que começa a perder sua fama por causa da idade e vende a alma ao diabo (ou a uma bruxa com a fórmula secreta) em troca da juventude eterna. Streep se diverte horrores nessa crítica à própria indústria do entretenimento e sua obsessão pela juventude. A química entre ela e Goldie Hawn é perfeita.

As Pontes de Madison (1995) –Meryl Streep tem nesse romance dirigido por Clint Eastwood um dos melhores papéis de sua carreira, mostrando um apelo sensual raro para a atriz. No longa, Streep vive uma dona de casa que relembra um dos momentos mais marcantes de sua vida, quando tem que optar pelas obrigações de ser mãe e esposa ou se entregar a uma paixão inesperada. A cena em que a personagem toma sua decisão é uma das mais belas do cinema romântico e mostra que a atriz é muito mais do que sua técnica.

As Filhas de Marvin (1996) – Houve uma época em que Meryl Streep não era indicada ao Oscar por todos os seus papéis. É o caso dessa dramédia que narra a relação complicada entre duas irmãs (Streep e Diane Keaton, essa sim indicado ao prêmio). O filme, baseado em uma peça de teatro, é piegas e recheado de clichês, mas a dinâmica entre o elenco, que ainda traz um Leonardo DiCaprio novinho e Robert DeNiro, salva a produção e garante momentos emocionantes (como em que a personagem de Keaton revela a irmã sobre uma paixão do passado).

As Horas (2002) –Em um raro exemplo, Meryl Streep não toma para si os holofotes dessa adaptação literária que segue a vida de três mulheres as conectando com a obra de “Mrs. Dalloway”, de Virginia Wolf. Dirigido de forma delicada por Stephen Daldry, “As Horas” pertence a um excelente grupo de atrizes que inclui Nicole Kidman (que ganhou o Oscar vivendo Virginia Wolf), Julianne Moore, Toni Collette, Miranda Richardson, Claire Danes,  Allison Janney e a própria Streep, todas maravilhosas mesmo em pequenos papéis. Com quase 20 anos de idade, o longa continua belíssimo e dono de belo texto que mostra as dificuldades que as mulheres vivem para se adequar a um mundo feito por e para homens.

Adaptação (2002) – Apesar de ótima atriz, Meryl Streep, geralmente, coloca seu talento à disposição de narrativas convencionais. Mesmo nem sempre sendo um filme satisfatório, é interessante ver a atriz atuando fora da caixa em um roteiro inteligente e que usa e abusa da metalinguagem. O resultado é irregular, mas é um dos trabalhos mais criativos de Streep.

 

O Diabo Veste Prada (2006) – Meryl Streep foi descoberta por toda uma nova geração nessa comédia sobre uma assistente (Anne Hathaway) que sofre nas mãos de uma editora-chefe carrasca de uma publicação de moda. Com cabelos brancos, uma postura ereta e uma voz que destila desprezo, Streep transformou sua Miranda Priestly em seu papel mais icônico, salvando o filme de sua trama genérica. Com ótimos figurinos, o longa ainda apresentou ao mundo a maravilhosa Emily Blunt.

Simplesmente Complicado (2009) – Comédias românticas não são um gênero associado a Meryl Streep. Mas esse ótimo exemplar dirigido por Nancy Meyers mostra que a atriz se encaixa em todo tipo de filme. A produção não foge muito da fórmula e é um tanto longa, mas Streep se diverte horrores como uma divorciada que acaba tendo um caso com o ex-marido (Alec Baldwin) e um romance com um arquiteto (Steven Martin). O texto é ágil e a encenação lembra um pouco os filmes de Woody Allen, mas o show é mesmo de Meryl Streep.

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