A Assistente

“A Assistente” segue muito bem a fórmula do cinema independente norte-americano. Quase não há trama nesse longa que narra a rotina extenuante de uma assistente de um poderoso executivo de cinema. Entre atender ligações, preparar documentos, agendar viagens e acalmar a mulher do patrão, a jovem precisa lidar ainda com um ambiente tóxico de trabalho.

Detalhando minuciosamente a rotina de afazeres da assistente, vivida pela talentosa Julia Garner (de “Ozark”), a produção, às vezes, quase chega ao limite do tédio em sua representação documental. Mas a trama ganha mais força quando o filme começa a levantar uma série de questões sobre assédio moral em ambientes nocivos de trabalho.

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O longa foi bastante comparado aos casos de assédio sexual do ex-chefão da Miramax Harvey Weinstein, por exemplo. Mas, ao invés de abordar o tema de forma alarmista, o filme opta pela sugestão, apenas insinuando um comportamento abusivo e mostrando como as denúncias se perdem em um mar de burocracia ou mesmo vista grossa por parte dos subalternos. Bastante lacônica, a produção usa o rosto expressivo da talentosa Garner para criar incômodo e tensão.

Inédito nos cinemas brasileiros (o filme chegou a ter data de lançamento, mas a estreia foi sendo adiada por causa da pandemia), “A Assistente” está disponível na Prime Video e funciona como um retrato amargo de como as mulheres ainda são suscetíveis a todos os tipos de violência em um ambiente corporativo.

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