Maratona Star Wars Episódios IV, V e VI

Nostalgia é a grande commodity que alimenta o universo da cultura pop. A nostalgia não faz diferença de gênero, raça, classe social e faixa etária. Ela atinge a todos e, por isso, gera bilhões e mais bilhões ao redor do mundo.

A nostalgia é, por exemplo, a grande responsável por manter a série-evento Star Wars na memória de um público cada vez maior. Lançada há quase 40 anos, a série hoje vai muito além do cinema. Ela vende roupas, toalhas, lençóis, brinquedos, videogames e todo produto possível de se imaginar e com poder de venda. Nem mesmo a fraca trilogia lançada no início dos anos 2000 conseguiu diminuir a chama nostálgica ligada à série.

Agora, a poucos dias do lançamento do Star Wars: Episódio VII – O Despertar da Força, a série está mais viva do que nunca no imaginário de um público ávido por viver (ou reviver) a mesma experiência que a trilogia original proporcionou na virada dos anos 1970/1980. Os filmes originais, no entanto, envelheceram, não há como negar, mas ainda mantém o charme e empolgam.

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Star Wars Episódio IV – Uma Nova Esperança (1977) – O letreiro inicial em conjunto com a trilha sonora de John Williams viraram um ícone audiovisual de uma série que mudou o cinema quando lançada. Junto com “Tubarão”, de Steven Spielberg, o primeiro “Guerra nas Estrelas” criou a ideia de blockbuster, produções milionárias voltadas para um público jovem e, supostamente, mais interessado na embalagem do que no conteúdo. Com um bom elenco desconhecido e carismático (com destaque para Harrison Ford, que começava aqui a trilhar um curto caminho para se tornar a maior estrela do cinema do século passado) e personagens emblemáticos (Darth Vader e dois robôs bem expressivos), George Lucas acertou em cheio ao criar uma narrativa empolgante, ainda que um tanto mambembe (a maquiagem de várias criaturas é o elemento que mais envelheceu).

De certa forma ousada, a produção começa pela metade e sem muitos rodeios, apresentando a batalha entre a Aliança rebelde e o temido Império, personificado pelo imponente Darth Vader. Os efeitos envelheceram, mas as batalhas no espaço ainda são empolgantes. Ver Carrie Fisher, Mark Hamill e Alec Guinness em cena em papéis que moldaram uma geração também ajuda a manter o interesse, ainda que esse primeiro episódio não explore todo o potencial da série.

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Star Wars Episódio V – O Império Contra-Ataca (1980) – De longe, o melhor filme de toda a Saga. Com a trama estabelecida e os personagens já apresentados, a série adota um tom mais sombrio e trágico. A produção ainda sai na frente como o episódio dono das cenas mais dramáticas da série, em especial a que Luke Skywalker descobre ser filho de Darth Vader, ex-Jedi que sucumbiu ao lado negro da Força. O capítulo introduz ainda um dos personagens mais queridos da saga, o mestre jedi Yoda.

Menos farsesco do que o primeiro episódio e melhor dirigido por Irvin Kershner, a produção ainda abre caminho para o fechamento da trilogia, deixando várias pontas soltas para o esperado desfecho de “O Retorno do Jedi”.

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Star Wars Episódio VI – O Retorno do Jedi (1983) – Ainda que empolgante ao apresentar o fechamento da trilogia, esse episódio é um pouco decepcionante ao adotar um tom mais infantil, bem diferente da abordagem mais trágica do anterior. Cenas que exigiam uma dramaticidade maior são filmadas sem o menor impacto pelo diretor Richard Marquand (um exemplo é a que Luke conta para a princesa Leia que eles são irmãos). A introdução dos fofinhos Ewoks também serve como uma distração para o que realmente importa na trama, a batalha final entre pai e filho. A conclusão também parece um pouco fácil demais, nunca existindo realmente tensão ou suspense em relação à vitória da Aliança rebelde sob o Império.

Esse é também o episódio que mais sofreu alterações posteriores pelo produtor George Lucas, que inclui várias cenas desnecessárias dos planetas comemorando a derrocada do Império (remetendo a trilogia dos anos 2000, cheia de planos super abertos para mostrar os planetas criados em CGI) e substituiu a imagem do fantasma de Anakin Skywalker após a sua morte (trocando pela do ator que o interpretou na trilogia dos anos 2000). O filme também não deixa aparentes pontas soltas para a futura trilogia, o que torna a curiosidade de ver o novo episódio ainda maior.

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