Star Wars: O Despertar da Força

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JJ Abrams conseguiu mais uma vez. Depois de repaginar e reapresentar ao mundo os personagens da cultuada macro-série Star Trekk, o roteirista, produtor e diretor foi convidado para comandar a primeira continuação da nova trilogia de Star Wars, a maior marca e patrimônio da cultura pop mundial.

O resultado é Star Wars: O Despertar da Força, longa empolgante que coloca a saga intergaláctica de volta à cena depois da fraquíssima trilogia dirigida por George Lucas no começo dos anos 2000. O sétimo episódio da saga reintroduz personagens originais e apresenta novas figuras que devem povoar o imaginário dos fãs pelos próximos anos, quando devem estrear outros dois novos filmes.

Han Solo, a Princesa Leia, Luke Skywalker, Chewbacca e os robôs C-3PO e R2C2 são alguns dos personagens que são reintroduzidos na saga, disputando espaço com novos heróis (os carismáticos Daisy Ridley e John Boyega) e vilões (o ótimo Adam Driver) que se enfrentam na eterna disputa entre o Império e a República.star-wars-7-adam-driver-kylo-ren-750x380

Entre erros e acertos, Abrams cria um belo e emocionante espetáculo visual que vai deixar vários fãs com arrepios ao trazer de volta à vida personagens clássicos e icônicos amarrados em uma nova trama diretamente relacionada aos episódios anteriores.

Na verdade, uma das grandes criticas ao “O Despertar da Força” é que o novo filme parece uma refilmagem involuntária de “Uma Nova Esperança”, com alguns elementos de “O Império Contra-Ataca”. A trama e a estrutura narrativa são as mesmas, e os próprios novos personagens cumprem papéis similares aos que os antigos exerciam. Homenagem para alguns, essas semelhanças podem soar como falta de criatividade para outros.

Ainda assim, o longa traz uma série de méritos para compensar algumas falhas de roteiro e desperdício de personagens (como a participação do piloto vivido por Oscar Isaac e a vilã pouca aproveitada de Gwendoline Christie). O ritmo e edição são fluídos, a direção de arte é vintage e bem realizada, remetendo principalmente à trilogia original. E os efeitos são ótimos e utilizados em função da trama, bem longes da aparência mambembe e pouco funcional dos episódios dos anos 2000.

Mas o sucesso do filme vai além de suas qualidades técnicas. Abrams costura as cenas com paixão e alguns momentos são pura magia cinematográfica. O carisma dos novos atores também ajuda. Todos estão muito bem e se afastam da falta de empatia ou mesmo desenvoltura para atuar com efeitos dos atores da trilogia anterior (perdão a Natalie Portman e ao Ewan McGregor).the-force-awakens

O longa ainda acerta ao introduzir elementos inéditos aos filmes anteriores. Mostrar os strompers como seres humanos com uma história por trás da armadura é um deles. Dar ao conflito um caráter mais político é outro. A Nova Aliança ligada ao Império remete ao fanatismo religioso, e o vilão de Domhnall Gleeson possui uma postura muito parecida a dos nazistas. O papel das mulheres também é maior e mais relevante, aproximando a produção da realidade geopolítica e social atual.

Mais do que ser uma mera desculpa para vender bonecos, videogames e roupas e arrecadar bilhões na bilheteria e com merchandising, JJ Abrams conseguiu fazer um produto relevante, atual e com alma. Ainda que a nostalgia em demasia tenha feito com que o filme se espelhasse demais nos filmes do passado, o diretor deixou um belo caminho aberto para as próximas produções.

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