Madonna: 60 anos em 6 videoclipes

Em quase 40 anos de carreira, Madonna já foi taxada de tudo um pouco: artista, gênia, revolucionária, feminista, excêntrica, puta, péssima atriz, doida, equivocada, datada e por aí vai. Ultimamente, no entanto, a maior ofensa que as pessoas, inclusive fãs, costumam lançar a ela é a alcunha de “velha”.

Velha ou não, Madonna chega aos 60 anos neste 16 de agosto de 2018 com uma carreira consolidada e uma imagem que já apelou para várias frentes. Amada pela fãs e odiada pela mídia machista e obcecada pela juventude, Madonna lançou músicas icônicas, atuou em filmes ruins, dirigiu um pior ainda e virou referência de moda, música e cultura.

Mas, de todas as coisas que ela influenciou (como criar as regras do que é ser uma diva pop ou ser uma das fundadoras do conceito de turnê como conhecemos atualmente), talvez, a maior herança de Madonna sejam seus videoclipes.

Transformando suas canções em imagens, Madonna mostrou o poderia do videoclipe como meio de divulgação na época do nascimento da MTV, trabalhou com os melhores diretores (David FincherJean-Baptiste MondinoJonas ÅkerlundDavid LaChapelle, entre outros) e criou uma estética de reinvenção que virou marca registrada.

Madonna foi banida da TV quando videoclipes dependiam de emissoras para serem exibidos (“Like a Prayer” e “Justify My Love” foram proibidos ao redor do mundo). E provocou polêmica ao falar sem rodeios em seus clipes sobre sexo, política, religião, ser mãe e mulher em um mundo dominado por machos e gente conservadora/hipócrita.

Entre muitas mudanças de visual, clipes com historinha e alguns vídeos revolucionários, Madonna pode não ser mais tão relevante assim em tempos de “hinos” semanais, milhões de visualizações no Youtube ou da banalização da imagem de redes sociais como o Instagram. Mas ela fez história!

6 atrizes maravilhosas que chegam aos 60 anos em 2018… e Madonna!

Express Yourself (1989). Direção: David Fincher.

Em 1989, David Fincher era apenas mais um tentando a sorte no universo da publicidade e videoclipes. Isso até ele estourar com esse videoclipe (e também “Freedom”, do George Michael) que usa a clássica sci-fi “Metrópolis” como principal referência. Da fotografia de cores estouradíssimas à direção de arte expressionista dos cenários grandiosos, tudo nesse clipe mostra o porquê de Madonna ter se tornado uma das maiores influências estéticas e visuais do mundo da música.

Vogue (1990). Direção: David Fincher.

David Fincher demonstra mais uma vez que entendeu como poucos a importância de Madonna para o mundo dos videoclipes nessa ode aos tempos áureos de Hollywood. Em meio a referências a grandes astros do passado e uma fotografia p&B de babar, o diretor e a cantora tiram o som e os movimentos dos bailes de Vogue do ostracismo e os colocam em primeiro plano.

Human Nature (1995). Direção: Jean-Baptiste Mondino.

Fotógrafo de moda e diretor de clipes, Jean-Baptiste Mondino já havia trabalhado como Madonna no polêmico “Justify My Love”. Aqui, ele traduz a letra provocativa de “Human Nature” em uma profusão de figurinos de látex usados em uma coreografia marcada em que Madonna é manipulada por outros dançarinos. As imagens também apostam no tom irônico da canção, que resume perfeitamente o apelo sexual da cantora e é uma bela resposta justamente ao banimento de “Justify My Love”.

Ray of Light (1998). Direção: Jonas Åkerlund.

Em mais uma mudança de registro sonoro, Madonna abraça a música eletrônica nesse álbum homônimo. Jonas Åkerlund aproveita a faixa mais dançante e lança um videoclipe acelerado que emula a velocidade da sociedade lá em 1998, vinte anos atrás. Em meio a imagens do cotidiano, Madonna aparece menos sexualizada e adotando uma postura mais espiritualizada.

Beautiful Stranger (1999). Direção: Brett Ratner.

Mesmo não sendo icônico ou polêmico como outros trabalhos, Madonna prova nesse videoclipe que também sabe só se divertir. A música da trilha sonora do último filme do espião Austin Powers é uma delícia e ganha um ótimo e colorido clipe em que a própria cantora e o diretor Brett Ratner brincam com a imagem sedutora de Madonna.

Hung Up (2005). Direção: David LaChapelle.

Depois do fracasso de “American Life”, Madonna voltou ao passado em um disco dançante e que aposta na nostalgia da era disco. O resultado é cheio de energia e marcante, como mostra o primeiro single “Hung Up”. O clipe começa com Madonna de maiô lilás, sapatos altos e penteado à la Panteras (em uma imagem já clássica) provando que, à beira dos 50 anos e buscando inspiração no ontem e sampleando ABBA, continua moderna e relevante.

Menção especial: Erotica (2006), versão do show Confessions Tour. Direção: Jonas Åkerlund.

É difícil apontar apenas um clipe como o melhor para uma carreira tão extensa e frutífera como a de Madonna. Mas se preciso fosse, eu diria que esse vídeo tirado da Confessions Tour é um dos que melhor sintetiza a cantora. Vestindo um colã branco com detalhes púrpuras brilhantes, Madonna aparece suada e mais sexy do que nunca nessa ótima versão da polêmica “Erotica”. O vídeo cheio de cenas em câmera lenta e com luzes brilhantes casa perfeitamente com a coreografia e a languidez da versão.

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