WandaVision

Finalmente me rendi ao hype e assisti a “WandaVision”, minissérie da Marvel para o streaming da Disney. Seguindo a mesma linha dos filmes do estúdio, que constroem uma linha narrativa toda em função da criação de um universo, a minissérie foca na vida da personagem Wanda, mais conhecida como Feiticeira Escarlate, depois dos acontecimentos de “Vingadores: Ultimato”.

A minissérie começa com Wanda e Visão vivendo como um casal recém-casado que se muda para uma cidade pacata nos anos 1950. No episódio seguinte, a trama dá um salto temporal para os anos 60 e depois 70, assim por diante, como no episódio “San Junipero”, da série “Black Mirror”.

A princípio, essa estratégia parece deslocada e apenas um recurso engraçado para a produção fazer uma homenagem/paródia em cima das séries de sitcom de cada década. Mas ela funciona e faz a minissérie fugir do lugar comum, ainda que ela faça isso se apropriando de vários clichês estéticos e narrativos dos sitcoms que lhe servem como referência. 

Mas não se enganem, lá pelo quarto/quinto episódio, “WandaVision” começa a fazer sentido encaixando os pontos soltos para explicar como Wanda e Visão foram parar naquele universo televisivo. E é justamente aí que a minissérie se perde e vira mais uma produção na grande engrenagem da Marvel, com vilões aparecendo do nada, personagens sumindo e reaparecendo para cumprir uma função Deus Ex-machina e várias deixas que vão causar algum impacto nas produções futuras do estúdio.  

Funciona? Claro que funciona. A minissérie é divertida, bem produzida (alguns dos efeitos especiais são realmente muito bons) e dirigida (por Matt Shakman, que já dirigiu episódios de séries tão díspares como “Game of Thrones”, “Revenge”, “Mad Men” e “Gracie & Frankie”), além de estar recheada de easter eggs e piscadas de olhos para os fãs da Marvel. 

Outro ponto positivo da produção é dar espaço para Elizabeth Olsen e Paul Bettany brilharem, já que a participação dos dois nos filmes dos Vingadores sempre foi limitada e ofuscada pelos heróis mais conhecidos do grande público. Mas o grande trunfo da minissérie de nove episódios é a participação da maravilhosa Kathryn Hahn como a intrometida vizinha Agnes.

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