Eu não esperava muito de “Vingança & Castigo”, filme novo da Netflix com o melhor elenco de atores negros do cinema recente (Jonathan Majors, Zazie Beetz, LaKeith Stanfield, Idris Elba, Delroy Lindo etc.). Primeiro, o longa é um faroeste, gênero que está bem longe de ser um dos meus favoritos. Segundo, o trailer já anunciava um show de violência, o que também não me agrada muito. 

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Mas a verdade é que o filme é divertido. Dirigido por um Jeymes Samuel que emula Sam Raimi (em “Rápida e Mortal”) e Quentin Tarantino, a produção é estilizada e muito bem filmada, com uma bela fotografia, uma direção de arte caprichada e uma ótima trilha sonora. O resultado é uma mistura interessante de western com blacksploitation.

Com um ótimo elenco que parece estar realmente se divertindo, “Vingança & Castigo” gira em torno, claro, de um acerto de contas com o passado. O filme segue um tipo de cinema em que os anti-heróis assumem a postura de “mocinhos”, fazendo com que o espectador torça por eles sem sentir culpa. Essa estratégia nem sempre funciona comigo, mas, aqui, ela é menos irritante, talvez porque o diretor parece mais interessado na estilização da produção do que propriamente na trama. 

Além da violência exacerbada, com direito a tiros e mais tiros que não via desde “Comando para Matar” (filme oitentista que deve ter o recorde de maior número de mortes no cinema), o longa sofre um pouco também por causa da duração. 

São 2h20 de uma história interessante, mas que vai se tornando cansativa antes da explosão final de violência. Mas esse é só um detalhe. A produção é realmente um entretenimento muito bem feito, com direito a uma reviravolta que não parece gratuita e portas abertas para uma continuação. 

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