Hollywood tem afeição por cachorros. Não são poucos os filmes que colocam os personagens em perigo em prol da vida dos doguinhos. “Finch”, novo filme da Apple TV Plus, leva essa máxima ao extremo e existe para mostrar a relação de amizade e confiança entre um humano e o seu cão em meio a um mundo devastado pelo apocalipse climático.

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Parte do charme de “Finch” é justamente explorar o fim do mundo por um viés mais otimista. No filme, Tom Hanks constrói um robô para cuidar do seu cão quando ele não estiver mais vivo. É uma premissa quase boba, mas que dá ao longa uma certa leveza e uma ausência de sensação de perigo que pode decepcionar quem gosta de produções apocalípticas “de verdade”.

Nesse futuro, uma erupção que não é muito bem explicada destrói a camada de ozônio transformando a luz solar e a radiação em algo mortal. Fadado a morrer, o personagem de Tom Hanks, uma espécie de engenheiro, constrói uma inteligência artificial (um robô um tanto irritante com seu comportamento infantil) capaz de proteger o seu cão e companheiro.

Sim, a originalidade do roteiro não é o forte de “Finch”, que mais parece um arremedo de outras produções com temáticas similares, de “Eu, Robô” a “Chappie” chegando em “I am Mother” (sci-fi da Netflix com a Hilary Swank) e vários outros filmes apocalípticos onde o homem é a grande ameaça (a única cena em que o personagem de Tom Hanks sente medo envolve um outro ser humano).

Se o longa é formulaico e um tanto genérico, pelo menos ele é muito bem feito (os efeitos especiais são realmente impressionantes) e fácil de assistir. No centro dessa versão fim do mundo para toda a família, o sempre competente Tom Hanks cria um retrato tocante de um ser humano que se mantém esperançoso mesmo diante da solidão, conseguindo manter o interesse do público ao interagir com espontaneidade apenas com o cão e o robô.

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