
A segunda temporada de “Euphoria” é belíssima de se ver. O criador, roteirista e diretor da série Sam Levinson (filho de Barry Levinson, diretor de filmes como “Rain Man” e “Bugsy“) não poupa esforços para oferecer uma experiência estética ao telespectador, com cenas cheias de impacto e imagens lindamente filmadas.
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Apoiando-se em uma fotografia dos deuses e em uma edição fluida que costura várias tramas paralelas, Levinson dirige tudo com energia e vontade e, às vezes, remete ao primeiro cinema do mestre Paul Thomas Anderson (em especial “Boogie Nights” e “Magnólia”). Com uma câmera nervosa e uma trilha sonora certeira, ele entrega um programa original, enervante, carregado de tensão e violência.
Apesar do desbunde de imagens de encher os olhos, a nova temporada de “Euphoria” deixa um pouco a desejar em termos narrativos. Enquanto Sam Levinson super dirige a série com gosto, a trama que deveria ser focada na experiência de Rue (a ótima Zendaya) com as drogas fica um pouco de lado. Ainda que a personagem seja a narradora do programa, aqui, ela nem sempre é o centro das atenções, abrindo espaço para uma série de outros dramas que nem sempre parecem realmente interessantes, da origem do traficante Fez ao romance sem sentido de Kat chegando ao dilema de Cal, pai de Nate.

No centro dessa segunda temporada, as irmãs Cassie e Lexi também ganham os holofotes. A primeira (muito bem defendida por Sydney Sweeney) se mete em um triângulo amoroso e vira uma garota à beira de um ataque de nervos. Já Lexi, além de uma aproximação com Fez, dirige uma peça de teatro que toma conta dos dois episódios finais misturando realidade e ficção para narrar o drama dessas cinco amigas e costurar o desfecho das personagens.
O resultado, no entanto, é cheio de altos e baixos. Mas Levinson sabe como criar clima, usar as imagens e os sons ao seu favor e apostar no espetáculo e no shock value para gerar interesse em uma história que, no fundo, já foi contada e recontada várias vezes pela televisão e pelo cinema: as recaídas e a redenção de uma viciada.
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Também a favor da série, o elenco jovem esbanja carisma, talento e se entrega de forma visceral a personagens desajustadas, problemáticas e quebradas. O destaque da segunda temporada é, inclusive, o episódio focado na Rue, um tour de force de Zendaya, que corre, grita e esperneia pelo seu direito de morrer de overdose. Um verdadeiro tiro de desespero e desesperança no peito do público.
Série do momento batendo recordes de público e principal conteúdo da HBO Max, “Euphoria” já foi renovada para a terceira temporada.
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