Envelhecer é se tornar mais exigente e se deixar impactar menos pelas coisas, inclusive as que você gosta: no meu caso, filmes e séries. Esses foram então os 10 filmes e as três séries que eu mais gostei em 2018.
PS: Um filme que estreou em 2018, mas eu consegui ver em 2017, na pré-estreiao no Mix Brasil, e que entraria na lista com certeza, porque eu amei (apesar de muita gente não ter gostado e ter problematizado), foi “Me Chame pelo Seu Nome”.
Roma – Finalmente a Netflix deu uma bola dentro ao produzir esse belíssimo filme autobiográfico e em um preto & branco soberbo do deus Alfonso Cuarón. A cena do abraço da família já quase no final <3.
Você Nunca Esteve Realmente Aqui – Uma espécie de “Desejo de Matar” hipster com uma das melhores atuações de Joaquim Phoenix e uma direção do caralho de Lynne Ramsay;
Lady Bird – Greta Gerwig consegue transformar mais um filme teen sobre amadurecimento em uma obra honesta e original e dona da cena mais emocionante do ano: a mãe dirigindo o carro aos prantos no estacionamento do aeroporto;
Sombras da Vida (A Ghost Story) – O melhor filme de fantasma já feito é um exercício contemplativo e existencial sobre solidão e passagem do tempo;
The Tale – A cena com Laura Dern sentada ao lado de sua versão juvenil no final de “The Tale” mostra que não existe cura para o abuso sexual;
Aniquilação – O diretor de “Ex-Machina” (Alex Garland) joga a lógica narrativa e Natalie Portman no ventilador e abraça o esoterismo para criar umas das melhores sci-fis recentes;
O Sacrifício do Cervo Sagrado – Apesar de “A Favorita” ser ótimo, esse é o melhor Yorgos Lanthimos do ano: assustador, doentio, perturbador, lindo de ver e com um final de foder a cabeça do espectador;
Viva – A Vida é uma Festa (Coco) – A Pixar continua fazendo as animações mais emocionantes, caso dessa que transforma a morte em algo lúdico e que vai te fazer chorar;
Missão Impossível: Efeito Fall Out – Tom Cruise já é uma tiozão, mas continua correndo e pulando como ninguém. De quebra, ele ainda entrega o melhor filme de ação do ano. Beijinho no ombro, “Pantera Negra”;
Ilha dos Cachorros – Wes Anderson usa mais uma vez a técnica de stop motion para criar um belíssimo universo que aposta na simetria visual e diálogos agridoces.
As 3 melhores séries que vi em 2018:
The Americans – A melhor série dos últimos anos chegou ao fim ao som do Dire Straits e U2 e deixando um nó no estômago do espectador com a despedida brutalmente melancólica de Elizabeth e Philip;
Pose – Ryan Murphy usa todo seu habitual exagero para construir esse retrato honesto e nostálgico da Nova York da segunda metade dos anos 1980, com direito a atores trans e uma triste contextualização sobre como o preconceito e o HIV dizimaram parte da população gay da época;
Homecoming – Julia Roberts, uma das maiores estrelas do cinema, migra para a telinha nessa série maravilhosa dirigida como um thriller dos anos 70 e que versa sobre memória e teoria da conspiração.