O Tigre Branco

Com um ritmo ágil e uma abordagem entre a ironia e o humor, “O Tigre Branco” vem sendo elogiado pela crítica e está com 91% no Rotten Tomatoes, o maior site agregador de críticas do mundo. Baseado em um best-seller, o longa original da Netflix narra a história de um pobre rapaz indiano que, para vencer na vida, decide se tornar motorista de uma família rica.

Para o moço, só existem dois tipos de pessoas no mundo, os pobres e os ricos. Claro, ele não quer ser mais pobre e viver em um “galinheiro”, metáfora que ele repete à exaustão no filme. Cansado de ser maltratado, o rapaz decide que, para se tornar um rico, ele precisa agir como um rico, ou seja, roubar, trapacear e tirar vantagem de tudo e de todos.

Essa é a lição de moral desse filme equivocado que, apesar da ambientação indiana, mas parece um novelão mexicano com uma ideia estapafúrdia e superficial do que é luta de classes. É difícil, por exemplo, sentir um pingo de empatia por qualquer um dos personagens, inclusive o tal “herói” que chega ao final de sua jornada tão atolado na lama quanto os que ele despreza. A representação caricata da Índia, digna de uma novela da Glória Perez, também não ajuda.

No final das contas, o filme é um show de horror, um conto imoral que abraça o capitalismo selvagem sem reservas, tudo em nome “do sonho de vencer na vida”. O fato do longa ter sido elogiado só demonstra que, realmente, estamos mesmo perdidos. “O Tigre Branco” já é um forte candidato a filme mais medíocre de 2021, e olha que ainda estamos em janeiro.

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