Mare of Easttown

A HBO não criou o filão do suspense, mas o canal sabe explorá-lo como ninguém, especialmente em suas minisséries. Das primeiras temporadas de “True Dectetive” e “Big Little Lies” passando por “Sharp Objects” e a recente “The Undoing”, o canal parece obcecado pelas tramas misteriosas envolvendo assassinato(s) e quem os cometeu.

“Mare of Easttown” segue o filão e, à primeira vista, deve demais por exemplo a “Sharp Objects”, com Kate Winslet assumindo o manto de Amy Adams no papel da personagem envolvida em desvendar as mortes e desaparecimentos. Mas a mais recente minissérie da HBO vai além de ser mais uma na multidão dos thrillers.

Com um roteiro muito bem alinhavado, uma direção detalhista e um ótimo elenco, a minissérie foca bem menos no suspense para colocar em primeiro plano as personagens de mais uma cidadezinha pacata do interior, todas vivendo traumas ou com esqueletos no armário.

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No centro desse turbilhão de acontecimentos, que envolvem suicídio, ciúmes, vizinhos bisbilhoteiros, garotas desaparecidas, batalhas de custódias de crianças, drogas, romances, álcool e um assassinato, Kate Winslet brilha no seu melhor papel nos últimos anos. A atriz vive uma detetive perdida na vida em meio a vários problemas, da vida amorosa no estaleiro a questões familiares e investigações sem repostas.

Versátil e cheia de recursos, Winslet prova aqui mais uma vez que é uma das melhores atrizes da atualidade, elevando um papel que poderia virar um clichê nas mãos de alguém menos talentoso. A atriz, no entanto, não está sozinha e todo o elenco trabalha em prol da minissérie, da ótima Jean Smart à reveladora Julianne Nicholson, passando até pelos mal aproveitados Guy Pearce e Evan Peters.

Além do elenco em sintonia, “Mare of Easttown” se beneficia da boa condução de Craig Zobel, que dirige com precisão todos os sete episódios da minissérie, empregando uma mão firme nas cenas de suspense (uma delas rouba o senso de perigo e urgência do final de “O Silêncio dos Inocentes”) e uma delicadeza e espontaneidade em momentos mais dramáticos. O resultado é um dos melhores programas de 2021.

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