
“A Guerra do Amanhã” começa com uma premissa interessante, invertendo um velho clichê do cinema sci-fi: pessoas do passado viajam para o futuro para impedir o fim da humanidade que está acontecendo daqui trinta anos. A originalidade do filme, no entanto, acaba aí.
Estreia na direção de uma superprodução live action de Chris McKay (da animação “Lego Batman: O Filme”), esse filme de ação disfarçado de sci-fi é um arremedo de outras produções bem melhores do que ela: de “Alien” a “Independence Day”, de “Guerra Mundial Z” à franquia “O Exterminador do Futuro”.
Dirigido com o tom épico de um Michael Bay e seguindo a cartilha Roland Emmerich do exagero e falta de lógica, o longa aumenta o som e acelera o ritmo para tentar esconder a falta de sentido ou mesmo esforço da trama.
Tudo é previsível e clichê, da trilha sonora às cenas de ação, da “grande revelação” aos efeitos especiais que soterram a história, da mensagem sobre como a ciência e a família são importantes à causa do fim iminente da humanidade (o meio-ambiente).

Nem Chris Pratt, um dos supostos novos heróis do cinema (mas que já mostrou que funciona melhor em franquias), consegue injetar alguma vida ao filme, ficando perdido entre uma gritaria incessante, diálogos constrangedores e personagens descartáveis para lá de desinteressantes (o suposto alívio cômico é uma piada sem graça).
Até para quem realmente gosta de filmes de ação, o longa não traz nada de novo. É a velha lógica do “espetáculo visual” sem o menor conteúdo, aqui esticado até não poder mais, sugando intermináveis 2h20 da vida do espectador.
Não chega a ser ruim, é apenas cansativo e sem graça, com direito a Chris Pratt chutando um alienígena como se ele fosse um inimigo comunista. Seria até hilário se a produção não se levasse tão a sério. Depois do lamentável “Sem Remorso” e esse aqui, a Amazon já pode se candidatar a tirar a Netflix do pódio do streaming com o pior conteúdo original.
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