Foi-se o tempo em que os filmes-catástrofe eram as únicas produções cheias de efeitos especiais e com grandes cenas de ação e destruição. Hoje em dia, qualquer produção média tem bons efeitos e é vendida como um espetáculo visual, diminuindo o impacto desse tipo de filme.
O diretor Ric Roman Waugh (que já foi um dublê) parece saber disso e conduz esse “Destruição Final: O Último Refúgio” mais como um suspense cheio de tensão do que como apenas um longa sobre o fim do mundo. Claro que a destruição em massa está lá, aqui em uma roupagem até discreta e quase coadjuvante, mas o forte mesmo da produção é o clima nervoso e urgente.
Steven Spielberg e a ficção científica
O longa segue uma linha bem parecida com “Guerra dos Mundos”, de Steven Spielberg, com Gerard Butler emulando Tom Cruise em uma jornada mais de desespero e menos de heroísmo, ambos em busca da família separada em meio ao caos.
A trama não foge muito à regra, mal conhecemos os personagens e eles já estão correndo para salvar suas vidas. Os clichês do gênero também estão todos no lugar. O casal protagonista está em crise, o filho deles é doente, eles encontram pessoas boas que não são tão boas assim pelo caminho e por aí vai, com o roteiro dando rápidas pinceladas políticas à trama (conflitos entre ricos e pobres, população armada, desprezo pelos imigrantes, etc).
Mas o elenco competente (óbvio que nenhuma atuação é digna de Oscar, mas os atores sabem o que estão fazendo) e a direção ágil e tensa conseguem elevar o filme no meio da multidão de produções de destruição, aqui, no caso, uma chuva de fragmentos de um meteoro que pode levar a humanidade à extinção. O resultado é um cinema de entretenimento puro e muito bem feito, ainda que o tom apocalíptico não seja o tipo de escapismo ideal diante da realidade atual.
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