
Depois de uma primeira temporada competente lançada em 2019 (marcando a estreia da Apple TV Plus), “The Morning Show” entregou uma segunda temporada que deixou a desejar. Se a estreia da série lidava com questões delicadas tratadas de forma contundente, como assédio moral e sexual, depois de quase dois anos fora do ar por causa da pandemia da Covid-19, o programa voltou completamente sem foco e sem saber o que fazer com a sua extensa lista de personagens.
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Ainda que a questão do abuso esteja presente em sua segunda temporada, especialmente com os desdobramentos do que foi mostrado anteriormente, a série parece em cima do muro ao focar suas lentes para outro tópico sensível e extremamente atual, a cultura do cancelamento.
A estratégia não funciona muito bem, especialmente porque o programa tenta humanizar, sem muito sucesso, os seus “vilões”, principalmente Mitch Kessler (Steve Carell), personagem que ganha um subplot totalmente sem sentido na Itália até ser completamente descartado pela série em sua segunda metade.
Em linhas gerais, a segunda temporada da série aborda a volta de Alex Levy (uma Jennifer Aniston tão perdida quanto sua personagem) ao “The Morning Show” depois de seis meses longe das câmeras. Além da volta à TV, ela precisa lidar com um livro sobre os bastidores do programa que pode mudar a percepção que o público tem dela. Enquanto isso, Bradley Jackson (uma Reese Whisterspoon quase apagada) assume um papel mais coadjuvante enquanto tem um novo romance e precisa enfrentar os problemas da família.
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Atirando para todos os lados enquanto atropela personagens e subtramas, “The Morning Show” se arrasta em 10 episódios indo do nada para lugar nenhum (apenas um episódio, o oitavo, é realmente bom) em meio às eleições norte-americanas e o surgimento do coronavírus. Nesse vai e vem de tramas, alguns personagens ficam completamente perdidos, do jornalista negro e gay que quer mais chances ao cubano rapaz do tempo que não tem nenhum propósito; enquanto algumas histórias passam quase despercebidas, do lançamento do canal de streaming ao processo que o pai de Hannah move contra a emissora, por exemplo.
Desperdiçando uma boa premissa e indecisa sobre qual caminho seguir, a série termina a segunda temporada à deriva, deixando várias portas abertas para uma eventual volta, mas sem nenhuma delas realmente parecer interessante. Em meio a esse desperdício de talentos, o destaque dessa temporada é a ótima Karen Pittman, que vive a produtora Mia Jordan, a única personagem que desperta empatia e parece saber realmente o que está fazendo.
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