
Toni Collette é uma atriz quase mágica que consegue se tornar interessante mesmo em meio a produções mais fracas. Infelizmente, essa “Ninguém Pode Saber” é tão medíocre que nem mesmo ela salva a série, um amontoado de flashbacks que soterram uma trama que, a princípio, parecia atraente.
Acompanhe Esse Filme que Passou Foi Bom também no Instagram
Collette vive uma fonoaudióloga em uma cidade pequena qualquer que vê sua vida de ponta cabeça depois que ela salva a filha e mais um monte de gente de um atentado passional em um restaurante. A questão é que a visibilidade da notícia pode criar problemas a ela em virtude de seu passado misterioso.
A premissa de “Ninguém Pode Saber” é realmente boa, com a possibilidade da ótima Collette ser o foco central dos oito episódios da série (disponível na Netflix). Mas logo essa promessa cai por terra graças a uma direção genérica e um roteiro preguiçoso que se apoia em uma avalanche de flashbacks para conectar o passado com o presente além de reviravoltas que pouco fazem sentido, com personagens entrando e saindo de cena de forma desordenada e protagonistas sem nenhum desenvolvimento.

A personagem de Toni Collette, por exemplo, nunca parece uma pessoa de verdade, com objetivos e razões definidas. A atriz e personagem também são deixadas de lado e quem toma a dianteira do programa são a versão jovem da personagem de Collette (a péssima Jessica Barden) e sua filha (Bella Heathcote, competente), que parte em busca de verdades sobre a mãe. A falta de conexão entre as atuações de Barden e Collette só piora a situação. Já a transformação de sua filha de frágil em uma investigadora que escapa de várias situações perigosas também não é nada convincente.
Outro problema de “Ninguém Pode Saber” é que à medida que o plot vai sendo explicado, a série fica menos interessante, misturando sem critério terrorismo, corporações gananciosas, relações abusivas e flashbacks desnecessários que só atrasam o desenvolvimento da história. O resultado é uma bagunça que desperdiça Toni Collette e ainda deixa portas abertas para uma possível nova temporada.
Para saber onde assistir à série, pesquise no JustWatch
Mas tudo é tão sem graça, sem tensão ou dramaticidade, que a probabilidade é que “Ninguém Pode Saber” termine como mais uma série da Netflix cancelada sem deixar saudade logo na primeira temporada (vide tragédias como “Gypsy”, com Naomi Watts, e “Chambers”, com Uma Thurman).
Leia também:
Inventando Anna
Maid
The Morning Show