
Michelle Pfeiffer é uma das minhas atrizes preferidas, então sempre fico chateado quando não gosto de um dos filmes dela. Adaptação de um elogiado livro, a comédia “Saída à Francesa” parecia promissor, com a atriz interpretando um papel perfeito para ela, uma viúva excêntrica que foge para Paris depois de perder sua fortuna.
A atriz vive a personagem com vontade (ela foi indicada ao Globo de Ouro de melhor atriz em comédia e outros prêmios), misturando rancor, abuso e melancolia na medida. Mas é uma pena que Michelle não tenha um filme melhor em torno dela. Perdido entre a excentricidade da trama e ser uma pálida cópia da obra de Woody Allen, “Saída à Francesa” deixa a atriz à deriva cercada por situações mal amarradas e/ou personagens desinteressantes.
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Um dos problemas do longa parece ser a própria adaptação do livro (feito pelo próprio autor Patrick deWitt) que traz um gato falante (a reencarnação do marido morte da ex-ricaça Frances). O filme praticamente deixa de lado esse importante detalhe do livro e, quando aborda a questão, não acerta o tom (como no caso das sessões espíritas).
A entrada e saída de vários personagens na trama, que, em determinado momento, se amontoam no apartamento em Paris, também não funciona. A estratégia parece sem sentido e praticamente joga a personagem de Michelle Pfeiffer para o fundo das cenas, o que é praticante um crime.
“Saída à Francesa” não chega a ser um filme ruim, mas a direção de Azazel Jacobs é pouco inspirada e não consegue salvar o longa da decepção, ainda mais porque a trama parece ir do nada a lugar nenhum, não deixando muito claro qual o propósito da história. Michelle Pfeiffer e Frances mereciam muito mais.
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