
“Jurassic World: Domínio” encerra a segunda trilogia da franquia dos dinossauros seguindo o caminho mais fácil, apelando para a nostalgia, estratégia da maioria das séries do passado que tentam nova sorte nos cinemas, de “Caca-Fantasmas: Mais Além” ao novo “Top Gun: Maverick”. Tentando emular a aura do primeiro (e melhor da série) filme lançado lá em 1993, os produtores, no entanto, não se esforçam nem um pouco e o que parecia uma boa ideia (trazer de volta os heróis do original) é desperdiçada na tela grande.
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Um dos problemas (entre muitos) do longa é que a produção acha que basta homenagear o longa de 1993 simplesmente copiando algumas cenas. É visível a estratégia do novo longa de emular cenas e motes visuais de “Jurassic Park” para pegar o público pela emoção. A questão é que toda a emoção do filme parece concentrada no trailer, que inspirava muito mais saudosismo do que todo o “Jurassic World: Domínio” em si.

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Com um roteiro de centavos preguiçoso e mal desenvolvido, “Jurassic World: Domínio” atropela os acontecimentos e nunca consegue criar um envolvimento espontâneo com os personagens ou com a narrativa. Outro problema são os subplots ora risíveis (uma praga de gafanhotos é um dos pontapés iniciais da trama) ora repetitivos, com o enésimo multimilionário maléfico que rompe as barreiras da ética e desafia a natureza. Presa a um ciclo temático que parece sem fim, a franquia parece apegada a uma ideia só, explorada à exaustão em cada novo episódio.
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Se o roteiro é fraco e a originalidade passa longe de “Jurassic World: Domínio”, o longa ainda parece feito às pressas, com cenas de ação mal dirigidas e mal editadas, além de serem meras cópias de outros filmes. As sequências em que Bryce Dallas Howard corre no telhado e Chris Pratt foge em uma moto parecem cópias de algum longa do 007 ou de “Missão Impossível”, por exemplo.

Claro que o filme é divertido e tem algumas cenas impactantes e tensas. Mas é muito pouco para uma produção que prometia muito mais do que realmente entrega. A própria relação entre os heróis de “Jurassic Park” e os da nova trilogia é pouco explorada e parece forçada, com o plot de uma garota-clone que já era esquecível em “Jurassic World: Reino Ameaçado” soando ainda mais desinteressante aqui.
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Mal feito, genérico e passando longe do impacto visual e cultural de “Jurassic Park”, “Jurassic World: Domínio” pode ser um espetáculo maior, mais barulhento e com mais dinossauros, mas é apenas um passatempo ligeiro e esquecível.
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