Entre Mulheres

Que filme lindo esse “Entre Mulheres”! O novo longa de Sarah Polley (“Longe Dela” e “Entre o Amor e a Paixão”) até começa um tanto duro e esquemático, mas parecendo uma peça filmada do que uma adaptação cinematográfica. Mas depois desse início trucando, o filme vai se soltando e revelando uma visão delicada e esperançosa sobre o que é ser mulher.

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Escrito e dirigido por Polley (que também é atriz de filmes como do cultuado remake de “Madrugada dos Mortos” e do drama “Minha Vida Sem Mim”), a cineasta-roteirista usa o texto do livro de mesmo título para refletir sobre o papel da mulher em uma sociedade machista que, no geral, odeia mulheres. A trama se passa em uma comunidade religiosa isolada (algo parecido com os amish) onde mulheres sofrem constante violência sexual.

O pontapé inicial se dá quando as mulheres, que acreditavam estar sendo atacadas pelo satanás, descobrem que os estupros são realizados por alguns dos homens da própria comunidade. Um desses homens é preso e entrega outros nomes na delegacia, gerando uma divisão na comunidade. De um lado, os homens apoiam os agressores, de outro, as mulheres se revoltam contra sua posição de submissão.

É a partir desse conflito que Polley faz um paralelo entre a situação das mulheres da comunidade com as próprias dificuldades que o sexo feminino enfrenta no mundo lá fora. Iletradas, sem estudo e carregando o peso tanto da religião quanto da maternidade, um grupo de mulheres da comunidade precisa discutir qual destino seguir: esquecer as agressões e manter a paz da comunidade seguindo submissas aos homens, exigir seus direitos ou simplesmente ir embora.

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Com um texto que ora soa poético ora é cravado na realidade, Sarah Polley cria um manifesto-desabafo sobre as agruras de ser mulher. Mas ela faz isso com delicadeza e cheia de esperança, deixando claro que há um caminho a seguir e quem mais tem a perder nessa guerra dos sexos são os próprios homens. Com um elenco de deusas liderado por Roomey Mara, Claire Foy e Jessie Buckley, “Entre Mulheres” é sororidade pura e foi indicado a dois Oscar (filme e roteiro adaptado).

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